Intercalares: as reuniões onde ninguém quer estar
Andam as equipas pedagógicas submersas em tarefas, aulas, tabelas e burocracias e vêm as direções ainda encontrar um espacinho para meter de permeio mais uma reunião. Neste artigo vamos ver como já existem muitos dados para recolher e analisar e como os professores também têm bons motivos para não gostarem destas reuniões. Até fizemos dois fact checks! Mas também mostramos como dar a volta à situação e devolver tempo de qualidade às escolas e aos professores.
Intercalar: meter de permeio ou interpor.
Pelo sentido do termo intercalar percebe-se facilmente que este é um tema que não gera muita simpatia. Andam as equipas pedagógicas submersas em tarefas, aulas, tabelas e burocracias e vêm as direções ainda encontrar um espacinho para meter de permeio mais uma reunião.
E este espacinho, em muitos casos, fica de permeio entre as aulas e as horas dedicadas à vida pessoal de cada professor, como se aquelas horas se pudessem designar de horas extralectivas.
Este é um argumento forte para contestar estas reuniões, mas talvez o que o torne mais determinante é ser um sacrifício de horas de descanso e de vida pessoal dos professores que provavelmente servirá para muito pouco.
Passaram apenas algumas semanas desde o início do ano letivo e, embora muitas escolas já tenham realizado múltiplas avaliações, os professores queixam-se que ainda há poucos dados que justifiquem uma reunião.
Será mesmo assim?
Fact check 1: 5 a 8 semanas geram pouca informação?
Falso. Claro que todos sabemos que neste período inicial já aconteceu muita coisa, os alunos interagiram entre si e com os professores, decorreram múltiplas atividades, várias disciplinas já contam dezenas de aulas e já se realizaram diversas avaliações. Há dados de comportamento, atitudes, empenho, capacidades e competências que passaram à frente dos olhos de todos os que fazem parte das equipas pedagógicas.
Este é um momento importante para detetar dificuldades, pequenos ou grandes entraves à integração ou aprendizagens e até para encontrar alguns indicadores de capacidades. Mas se isso é verdade, as queixas dos professores também se justificam. E esta não é uma forma de tentar agradar a todos, até porque direções e professores não estão em guerra como os gregos e os troianos.
Fact check 2: os professores têm razões para se queixarem?
Verdadeiro. Também todos nós sabemos que os processos tecnologicamente arcaicos que estão à disposição dos professores, somando-se às imensas exigências burocráticas, não lhes permitem ver, registar e dar a devida atenção ao que de mais relevante acontece numa escola. Por isso, as equipas sentem que precisam de juntar mais avaliações e de registar durante mais algumas semanas para se sentirem confortáveis com os dados que estão a recolher e a analisar.
Além disso, esta dificuldade em planificar, individualizar e recolher observações exige que os professores usem horas extralectivas que muitas vezes apenas dispõem à noite e fins-de-semana. Por isso, as reuniões intercalares significam uma dupla penalização nas suas horas de descanso, sem sequer terem o consolo de poder dizer “pelo menos valeu a pena”, porque na maioria dos casos, os professores continuam a considerar que foi um sacrifício de tempo inglório.
E que tal meter de permeio o e-Schooling?
Entre os professores e as suas atividades pedagógicas, uma plataforma completa de ensino e aprendizagem, que integra todas as atividades, da planificação até à avaliação final, da comunicação aos registos diários, das tarefas às entregas de trabalhos, dos testes às dinâmicas diárias.
Para além da evidente poupança de tempo dos professores, que bem precisam dele para os alunos e para descansar, ter todos os dados integrados e inteligentes numa só plataforma permite ter dados em tempo-real, detetando problemas ou potencialidades, individualizando o olhar da escola sobre cada aluno.
Quer isto dizer que as escolas deixariam de necessitar de reuniões intercalares? Quem deve responder a isso é cada escola, mas uma coisa parece mais do que certa: dados imediatos e integrados não iriam faltar em qualquer fase do ano.
Claro que muitos ainda duvidam da vantagem de ter uma plataforma de ensino e aprendizagem em vez de utilizarem diversos serviços como já usam hoje. Pois bem, onde estão os trabalhos e onde estão as notas? Onde estão os registos que cada professor faz aula a aula de comportamento ou dos trabalhos realizados? Onde estão os testes, os materiais de apoio partilhados? Onde estão os debates e conversas com alunos, turmas, equipas ou encarregados de educação?
É certo que estão em algum lado, mas todos os dias é preciso procurar, juntar e sistematizar. E os dados de todas estas tarefas e interações continuam fora da escola, provavelmente, nas tecnológicas que providenciam os serviços, nunca permitindo a cada escola aceder aos dados, criar indicadores novos, agilizar e pensar como querem trabalhar.
Uma plataforma de ensino e aprendizagem integrada com o sistema de gestão liberta cada instituição para compreender a sua realidade, conhecer cada aluno para lá do teste ou do trabalho, definir caminhos ou implementar novas metodologias de trabalho. Mais liberdade, mais tempo e mais motivação.
Não que deixe de ser necessário reunir para debater, trocar impressões ou até para ser criativo, cada escola saberá como proceder, mas com uma plataforma assim, deixa de ser necessário intercalar momentos formais, com pompa e circunstância, no meio dos períodos, para se conseguir fazer uma recolha e análise de dados. É caso para dizer: um conhecimento intercalar é quando o professor e a direção quiserem.
João Paulo Teixeira
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