A utopia ao alcance da tecnologia educativa? O mundo da educação cabe no e-Schooling

A entrar em força no Brasil, o e-Schooling apresenta-se como a plataforma que integra a gestão escolar com todo o processo de ensino-aprendizagem.

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A utopia ao alcance da tecnologia educativa? O mundo da educação cabe no e-Schooling
Fígura de ondas técnologicas azul

Uma proposta arrojada e pioneira que está a revolucionar profundamente o dia-a-dia das escolas, libertar professores de tarefas desnecessárias e proporcionar um conhecimento inédito de cada aluno. Leu bem: de cada.
Conversamos com o CEO e co-fundador do e-Schooling, Marco Coelho, sobre o potencial desta nova plataforma, a sua visão para o futuro da educação e, claro, sobre as motivações e expectativas para o mercado brasileiro.

Marco, como é que uma empresa de tecnologia se mete num desafio desta dimensão?
Não há aqui demasiada “EDUCAÇÃO” para quem trabalha apenas com algoritmos?

« O e-Schooling não é apenas definível como uma plataforma de inovação tecnológica»

Marco, como é que uma empresa de tecnologia se mete num desafio desta dimensão?
Não há aqui demasiada “EDUCAÇÃO” para quem trabalha apenas com algoritmos?

Antes de mais, temos de clarificar. O e-Schooling não é apenas definível como uma plataforma de inovação tecnológica. A nossa história mostra-o bem. Nestes 16 anos, desenvolvemos soluções para todo o tipo de instituições de ensino. Lidámos com os grandes desafios dos nossos sistemas de ensino, com os mais diferentes modelos e estratégias educativas.
Partilhamos as “dores” e sonhos dos diretores de escolas e conhecemos as angústias e as alegrias do dia-a-dia de milhares de docentes.


O nosso foco é a educação. Temos uma equipa de programadores, técnicos e gestores, mas trabalhamos também com professores, psicólogos, sociólogos, diretores de escola, responsáveis políticos assim como as associações de pais.


Todo o nosso trabalho é orientado por uma visão: dar condições a diferentes modelos educativos para implementarem as suas estratégias. Acreditamos que a educação só se cumpre com a individualização, com cada aluno no centro do nosso conhecimento e professores livres para criar e se dedicarem aos seus grupos.

Mas não é esse o objetivo de todos os softwares de gestão: simplificar tarefas, dar cada
vez mais informação a todos os intervenientes?

Não estamos a falar do mesmo. Dito de outra forma: ensino e aprendizagem, crescimento e futuro não cabem num simples software de gestão.
Ainda mais claro e de uma forma que todos perceberão: uma escola não cabe num CRM. Porque uma escola não é só números, relatórios, ligações, interesses, volumes. Numa escola há relações humanas, partilhas, aprendizagens, avaliações psicológicas, perdas, conquistas, avanços e recuos.


Como é que tudo isto cabe num comum software de gestão? Não cabe. Sabe porque o posso afirmar. Há 17 anos que fazemos gestão escolar. E fazemo-lo muito bem. Nos primeiros anos, estivemos empenhados em criar o melhor software de gestão escolar disponível para as escolas, em garantir que todas as relações financeiras, logísticas e pedagógicas pudessem ser digitalizadas e otimizadas no e-Schooling, para assegurar que todos os desafios de gestão escolar aconteçam no e-Schooling. E conseguimos. Mudamos a gestão escolar, o dia-a-dia das nossas escolas. Da portaria ao refeitório, da secretaria à sala de aula. Levamos o e-Schooling dos gabinetes da direção à casa dos alunos. Está presente na sala, nos corredores e na rua.


Nós sabemos que o fizemos bem, porque o nosso trabalho sempre foi orientado e guiado por este conhecimento profundo das diferentes realidades escolares. Porque não podemos ser nós a chegar às escolas e dizer como devem ser. Temos de conhecer as suas especificidades.
O que serve para uma nem sempre se ajusta a outra. Contribuímos para partilhar experiências com outras realidades e conquistar visões comuns.

«Quando um sistema é bem construído é útil para qualquer um»

E como perceberam que era necessário mudar o foco?

Precisamente por aí. A integração de um software de gestão numa instituição de ensino implicava quase sempre redesenhar e pensar toda a estrutura de acordo com aquele desafio.


O que servia para uma escola, normalmente não servia para outra. O que muita gente não entende é que cada escola, por mais que esteja integrada num sistema de ensino que uniformiza e define regras, é ela mesma uma entidade com vida própria. É feita de alunos que representam diversos meios sociais e culturais e de equipas com diferentes experiências, ideias e soluções. Por isso, uma escola tem práticas e rotinas que por vezes não existem em mais nenhuma outra.


Os softwares de gestão tradicionais padronizam, obrigam a perdas de informação, a uniformizações e a muitas cedências. Digitalizam e otimizam procedimentos, não incorporam partes da realidade diárias, mas como agilizam muitas práticas, as escolas implementam-nas e sentem imediatamente as suas vantagens.

Mas essa não é a forma de criar um sistema que se adapte a cada escola?

Acha mesmo?
Quando um sistema é bem construído é útil para qualquer um. E pode ser usado de acordo com os objetivos, hábitos e crenças de qualquer indivíduo ou grupo. Eu uso os mapas à minha maneira, para chegar aos meus destinos, e cada um procura o seu próprio destino, até com outras configurações. Uns preferem ouvir a voz e outros visualizar a rota em silêncio.


Foi aí que percebemos, temos de criar uma plataforma onde caiba toda a realidade escolar, onde tudo o que acontece no mundo da educação possa ser concretizado. Como é que cada um faz? Não somos nós que vamos impor, cada um irá escolher e dar o melhor uso, de acordo com os seus objetivos, necessidades e criatividade. Se só incorporarmos uma parte da escola, nunca a escola terá liberdade para adaptar o sistema à sua realidade e à sua visão.

Isso não podia acontecer com uma visão centrada na gestão.

Na nossa opinião não. Porque falta sempre a alma da escola. A essência da educação: o professor e o aluno.


Não podíamos aceitar essa compartimentação absurda e que leva tanto tempo e faz com que se percam tantas informações. Software para gestão. Imensos softwares para várias dinâmicas nas aulas. Para não falar das avaliações em tempo real, dos materiais pedagógicos. E no meio disto tudo, alunos e professores, perdidos. E com eles, toda a informação e dados e criatividade que são fundamentais para o processo educativo. Quem fica com esses dados?


Na maioria dos casos, cada plataforma recolhe informações a que a escola, melhor, cada professor nunca terá acesso, no sentido que nunca as poderá usar.

E este e-Schooling incorpora tudo isso?

Sim. Toda a gestão tradicional, como é óbvio, mas também a planificação de aulas e atividades. Não no sentido de repositório de documentos ou informações. Num sentido dinâmico, que se cruza, em qualquer momento, com atividades, avaliações, materiais. Tudo o que pode acontecer num momento de aprendizagem, desde a sua preparação à avaliação, é realizado no e-Schooling. Materiais pedagógicos, avaliações em tempo real, dinâmica interativas, reuniões, qualquer registo e em qualquer escala.


Áreas privadas de trabalho e espaço para trabalho colaborativo. Com ferramentas para todos os intervenientes terem um papel criativo.


Dou-lhe um exemplo. Um professor vai poder adaptar ferramentas às suas metodologias. O professor deixa de ser apenas um utilizador passivo, que insere dados, e passa a poder criar modelos, ferramentas por forma a implementar as suas estratégias.

Um sistema global de educação?

Um sistema que pode ser utilizado em qualquer nível de ensino, em qualquer modalidade de ensino, em qualquer contexto cultural. Em qualquer país. O mesmo é dizer, o mundo da educação cabe no e-Schooling.

Mas há modelos de ensino muito diferentes, com públicos e metodologias bastante
distintas. Para não falar, e dando apenas um exemplo, que a realidade educativa em
África está muito distante da europeia.

«A missão da educação é igual na China, em Angola, em qualquer país europeu, nos Estados Unidos ou no Brasil.»


A missão de um serviço de streaming é igual em qualquer destes países. O mesmo para uma aplicação de mapas ou um banco online. O que muda? Provavelmente, na China há mais interesse por determinadas séries ou filmes, há destinos e caminhos mais procurados e práticas a lidar com o dinheiro que podem ser diferentes das outras. E vice-versa. Mas os sistemas foram criados para servir toda e qualquer pessoa que use o streaming, que queira ter acesso online às suas contas ou não se perder num trajeto.


Acreditamos que na educação o princípio filosófico é igual. E o e-Schooling está construído para ser usado para cumprir a missão da educação. Seja numa instituição que recebe apenas crianças de pré-escolar, numa escola universitária, num contexto religioso muçulmano, hindu ou cristão. Seja por uma escola tecnológica, artística, científica ou apenas por professores ou explicadores que querem dinamizar as suas aulas e atividades.

O e-Schooling nas escolas

Como é essa implementação nas escolas?

Falar de educação não é o mesmo que falarmos de uma rede social. Estamos a falar apenas da missão mais nobre e fundamental da humanidade: garantir a transmissão dos conhecimentos e valores a outras gerações e dar-lhes meios e ferramentas para saberem lidar com isso, preservando-os e fazendo-os crescer. Não é pouco.


A implementação é sempre orientada e acompanhada pela nossa equipa. Mas o que nós mostramos em cada momento, é que o e-Schooling é flexível e cada implementação é feita à medida da realidade, missão e ambições de cada instituição. E que esse crescimento só vai parar quando as escolas e os professores se derem por satisfeitos e disserem: pronto, é isto mesmo, está fechado, não precisamos de mais nada. Ou seja, nunca.


O e-Schooling é uma plataforma que está desenhada para crescer e abrir-se a novas visões, inovações e descobertas

Como tem sido a reação de diretores e responsáveis de escolas?

Muito entusiásticas. Mas a expressão desse entusiasmo não deixa de ser curiosa e por vezes surpreendente. Em muitos casos, esse entusiasmo converte-se numa vontade imediata de mudança, e noutros, em alguns receios.

De que o processo de implementação possa não ser bem-sucedido?

Julgo que tem mais a ver com a gestão de recursos humanos. A mudança que o e-Schooling propõe é ambiciosa e estrutural. Mesmo que a mudança seja para algo muito melhor, é normal que um diretor anteveja resistências e desconfianças de quem tem práticas e rotinas enraizadas há muitos anos, ainda que causem mais dificuldades e sofrimento às equipas.


Mas faz parte das instituições e dos grupos sociais humanos a autopreservação, a resistência à mudança. E isso não é obrigatoriamente mau, é decisivo, por exemplo, para defendermos os nossos maiores valores.


Cabe às lideranças terem a capacidade para implementar com sabedoria as transformações, guiando as equipas com tranquilidade. E isso é mais fácil dizer do que fazer. Eu que conheço muitos diretores de escola, só os posso admirar pela sua capacidade de liderar equipas em águas tão turbulentas como as da educação.

O que acha que mais tem entusiasmado no e-Schooling os diretores das escolas?

Um diretor percebe imediatamente as vantagens de libertar professores de tarefas repetitivas e desgastantes. Percebe que se o processo de ensino aprendizagem acontecer na plataforma, ele vai ter dados em tempo real que sempre considerou utópicos.


O que está a ser planificado, que partes da planificação já foram cumpridas, o ponto de situação em qualquer projeto escolar e interdisciplinar, resultados imediatos de centenas de observações diárias. Análise de dados tão diferentes como que materiais pedagógicos geram mais sucesso. Em que horas do dia, atividades ou contextos os alunos estão mais participativos, motivados ou desmotivados.


Acima de tudo, ele sabe que cada aluno passa a estar no centro da escola. Porque o que tem acontecido é o contrário. Ou porque o aluno é tímido ou esquivo, ou porque as famílias estão menos envolvidas ou porque os professores não têm tempo, nem humanamente forças, para observar dezenas de alunos todos os dias, muitos deles perdem-se na multidão das escolas. Passam anónimos. E quando não estão anónimos, são tantas as tarefas que individualizar se torna muito complicado.

Essa não é a utopia da educação?

É utopia finalmente ao alcance da tecnologia educativa. O e-Schooling coloca a tecnologia ao serviço da educação. Dá as ferramentas para que todas estas relações, colaborações e informações possam acontecer de forma mais intuitiva e rápida.


Um professor que pode facilmente criar avaliações ou observações, registar no smartphone ou em qualquer dispositivo móvel em tempo real, com simples cliques, em qualquer escala, no final do mês dispõe de centenas de observações de que nunca se iria lembrar. A menos que andasse com cadernos, tabelas de excel, softwares online. E no final, sem saber como processar e integrar essa informação.


No e-Schooling toda essa informação é registada, processada e permite diferentes níveis de análise e interpretação. Automatizados. Ficam com os professores e as escolas. Não volta a ser necessário andar a saltar de plataforma em plataforma para partilhar diferentes materiais, avaliações ou para recolher trabalhos. Como está tudo concentrado, as entregas podem estar integradas com as planificações e avaliações. Dados que nenhum diretor tem de procurar ou sobrecarregar os professores para os encontrar. Por isso, sim, acreditamos que cada aluno estará no centro da nossa atenção.

O aluno fica mais visível.

Claro. Muitas vezes a partilha de informação sobre os alunos depende das reuniões, documentação, encontros informais. Exigem esforço. Aqui está sempre atualizada e pode ser partilhada por toda a equipa de acordo com as políticas internas de cada instituição. E isto pode ser alargado a vários outros atores que intervêm na aprendizagem das crianças e jovens.
Acreditamos que a função da escola é criar todas as condições para ajudar a que cada criança se possa formar um bom ser humano.


Este conceito não é apenas uma ideia bonita. É fundamental. Se queremos ver individualmente, diferenciar, é porque acreditamos nas diferenças e sabemos que temos de contribuir para as valorizar. E neste mundo atual, é uma missão cada vez mais urgente. Vemos tantos jovens a serem formatados, integrados em grupos onde não se distinguem, a fazerem parte de imensas turbas. É preciso que a escola dê o exemplo, veja a Lara, o João, a Jéssica, a Juma ou o Lucas e não alunos desatentos, cumpridores, assíduos ou desinteressados.

Não é essa a tendência atual das plataformas a nível global?

Olhando para os nossos 17 anos de trabalho, este é um dos nossos maiores motivos de orgulho: termos percebido, pouco tempo depois de começarmos, que uma escola não cabia num simples software de gestão escolar.


Por isso, começamos a trilhar este caminho há 10 anos, não tendo medo de ser pioneiros e de acreditar que este e-Schooling era o futuro.


Nesse sentido, e sem querer jamais desvalorizar outras plataformas, temos a vantagem de não estarmos a reagir e, principalmente, de não querermos oferecer um ou alguns modelos às escolas, professores e alunos.


Já o disse noutras alturas, as pessoas estão demasiado preocupadas em encontrar novos caminhos para chegar ao mesmo lugar. Isso explica que tantas soluções continuem a compartimentar as diferentes áreas da escola. Percebemos isso logo quando fazemos o acesso – é financeiro, pedagógico ou professor?


A nossa visão é integradora e global e jamais ficará fechada dentro da escola. Pode ser alargada a todos os atores que participam na vida de aprendizagem das nossas crianças e jovens.

E porquê o Brasil?

Pela natureza do que criamos, de que já lhe falei. O e-Schooling pode ser integrado em qualquer escola ou modelo educacional. Em qualquer país. Acreditamos no e-Schooling como uma solução global. Para o mundo. E, nesse sentido, era impossível não olhar para o Brasil. O Brasil tem uma dimensão continental. Tem um mundo inteiro cá dentro. Uma enorme diversidade social e cultural.


Vemos a escola não como uniformizadora, mas como valorizadora das diferenças. E o Brasil oferece um mundo de possibilidades para concretizarmos todo o potencial desta plataforma. Além disso, o Brasil é um país com imensos projetos educativos diferentes e extraordinários a serem implementados. Um desafio irresistível para apresentar ao mundo todas as possibilidades que o e-Schooling traz para a educação.

Quais são as vossas perspetivas para os próximos anos?

Como é óbvio, queremos num horizonte próximo crescer muito no Brasil. E vamos, sem dúvida, continuar a entrar em força em vários outros países.

Ficou interessado? Conheça mais sobre o e-Schooling aqui

João Paulo Teixeira

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