Educação: religião, revolução industrial, internet e tecnologia
Mudaram-se os tempos. A tecnologia tem vindo a transformar a sociedade em que vivemos, exigindo adaptação e competências aos indivíduos, capazes de os fazer vingar, quer a níveis pessoais, como profissionais.
Estamos numa altura em que a perspetiva é sempre alta, o nível de trabalho é grande e a exigência quer-se qualificada. Mas, perante este cenário, estarão as escolas a educar no sentido de preparar os alunos para esta realidade? Costuma dizer-se “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, mas terá a escola a vontade de mudar?
Aquilo a que assistimos são a debates e discussões de ideais para a reformulação do ensino, sustentadas em ideais de que a escola tem um método de aprendizagem mecanizado e que apresenta, na maioria das vezes, resistência em implementar novos modelos de ensino, acredita-se, mais ajustados à nova realidade: a tecnologia importa cada vez mais.
Um modelo de ensino centrado no professor, no conhecimento específico do assunto, passividade e limitação do aluno, muita teoria e memorização, já não comunga com as exigências de um futuro profissional, nos dias que correm. As skills procuradas pelos empregadores nem sempre são as mais trabalhadas na escola.
Um modelo de ensino centrado no professor, no conhecimento específico do assunto, passividade e limitação do aluno, muita teoria e memorização, já não comunga com as exigências de um futuro profissional, nos dias que correm. As skills procuradas pelos empregadores nem sempre são as mais trabalhadas na escola.
Estamos perante uma sociedade tecnológica, onde as crianças parecem nascer com a sabedoria de dominar um smartphone, tablet, computador, capazes de tirar partido da Inteligência Artificial. Estará a escola a adaptar os métodos de ensino? Façamos uma retrospetiva da evolução da Educação aos longo dos tempos: da Educação 1.0 à Educação 5.0
Educação 1.0
O primeiro modelo de Educação surge no século XII, em estreita simbiose com a Igreja. Era, por isso, baseado numa educação cristã, ondes as aulas tinham lugar nas igrejas e o ensino se reduzia às lições das escrituras, à leitura e ao estudo dos salmos.
O professor, ou mestre – como o caracterizavam na altura -, tinha um papel ativo, sendo o centro do processo ensino-aprendizagem. Já o aluno assumia um papel passivo, como mero recetor de conteúdos.
Educação 2.0
A Educação 2.0 surge no séc. XVIII e início do séc. XIX, influenciada pela Revolução Industrial, num modelo de ensino em massa, caracterizado pela promoção da memorização e do trabalho manual.
O professor continua no centro do processo ensino-aprendizagem, com o aluno como mero recetor dos conteúdos, com a disseminação da informação a acontecer já com livros e em escolas, embora em momentos pontuais.
Aconteceu a padronização com ensino, focado nas disciplinas, professores e conteúdos especializados, originando a centralização refletida nas escolas, onde tudo se concentrava nas salas de aulas.
Educação 3.0
Na Educação 3.0 começamos a assistir a uma inversão de papéis, no que respeita o papel dos professores e alunos no processo ensino-aprendizagem. O aluno assume o papel ativo, tornando-se responsável pela sua aprendizagem, enquanto o professor passa a ser o organizador do processo. Foi uma nova fase de revolução, apoiada pela criação e desenvolvimento da Internet.
A Internet promoveu transformações nas metodologias de ensino e aprendizagem. Esta nova abordagem levou os alunos a deixarem simplesmente de memorizar e repetir informações, e passaram a encontrá-las, usá-las e torná-las significativas. Houve uma atualização no objetivo do ensino, onde o propósito passou a ser a estimulação das habilidades mentais.
Desta forma, o aluno passou a aprender por intermédio de pessoas e/ou máquinas.
Educação 4.0
A Educação 4.0 começa no final do séc. XX e início do séc. XXI, tendo como base a revolução tecnológica, que trouxe consigo linguagens computacionais, a inteligência artificial, a Internet das coisas e redes de dados mais robustas.
Na Educação, o foco está no uso de metodologias ativas nas propostas curriculares, o que permite o uso da aprendizagem baseada em projetos de investigação, resolução de problemas, produções de narrativas digitais e desenvolvimento de atividades maker (cultura maker – A cultura maker se baseia na ideia de que as pessoas devem ser capazes de fabricar, construir, reparar e alterar objetos dos mais variados tipos e com diversas funções. Maker é uma palavra em inglês que significa fazedor, no sentido de criador, realizador, fabricante).
Os recursos tecnológicos possibilitaram uma educação baseada em criatividade, apoiada num ambiente de experimentação, com o aluno no centro do processo ensino-aprendizagem, exigindo-lhe que aprenda e faça. O professor mantém o papel de organizador, mas também orientador. O uso das TIC passou a permitir-lhes um amplo acompanhamento do aluno, obtendo dados detalhados.
Colaborar, criar, pesquisar e partilhar são competências que passaram a fazer parte, cada vez mais, do processo ensino-aprendizagem.
Educação 5.0
A Educação 5.0 é o uso das novas tecnologias para promover a humanização do ensino, com o foco no desenvolvimento socio-emocional dos alunos e na produção de soluções que melhorem a vida em sociedade.
A vida tornou-se cada vez mais digital, até a pandemia da Covid-19 contribui para isso, em todas os contextos: as escolas não foram exceção. Começamos a assistir, com mais frequência a aulas online e a uma educação à distância. Deixaram de ser tendência, para se tornarem uma realidade. A necessidade revolucionou a forma como aprendemos e o que fazemos com o que aprendemos.
Depois da pandemia, nunca o tema da Saúde Mental tinha sido tantas vezes discutido. Na verdade, o isolamento social e os desafios provocados pela Covid-19 evidenciaram a necessidade de preparar os seres humanos para as adversidades. A necessidade de criar e preparar pessoas inteligentes emocionalmente e que saibam fazer da transformação digital, uma ferramenta para a transformação social. É disto que falamos numa Educação 5.0: a união dos conhecimentos digitais e tecnológicos às competências humanas e socio-emocionais.
Uma Educação capaz de desenvolver, além dos conhecimentos técnicos, competências como o trabalho colaborativo, melhor relacionamento interpessoal, empatia e tolerância às adversidades, criatividade, gestão de conflitos e mais fluidez na comunicação.
A reflexão necessária neste momento é: está a escola a adaptar-se? Estará a escola a cativar com novas formas de aprendizagem, novos métodos de ensino que sejam mais estimulantes e que, ao mesmo tempo, desenvolvam capacidades procuradas pelo mercado de trabalho?
Por todo o país começam a surgir novas escolas com diferentes métodos de ensino. Mas, ainda é insuficiente. Principalmente, porque este tipo de ensino diferenciado está a ser apostado essencialmente pelas instituições privadas. É, necessário, que também o ensino público se adeque e, de facto, criemos um sistema de ensino centrado na autonomia e autoconhecimento do aluno. Uma individualização do ensino, ajustado às necessidades de cada um.
O e-Schooling como promotor de uma Educação 5.0
No e-Schooling promovemos uma Educação diferenciada, focada no aluno, nas suas necessidades, mas capaz de corresponder também às exigências dos professores, diretores e de toda a comunidade educativa. No fundo, corresponder à sociedade. É disso que se trata a Educação 5.0: a união dos conhecimentos digitais e tecnológicos às competências humanas e socio-emocionais. Saiba mais sobre o e-Schooling aqui.
Adriana Ribeiro
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