No 17.º episódio de Isto Não é Pera Doce, recebemos Miguel Tiago Moura, um jovem de 21 anos que estuda Composição na Escola Superior de Música, em Lisboa. Na sua tenra idade, publicou livros e realizou um filme, sobre os quais não revela muito atualmente, pois acredita ter-se “precipitado um pouco”. Perante um desafio com o seu tio, também ganhou o “bichinho” do xadrez, que tem vindo a aperfeiçoar desde então.
Ao longo do episódio, Miguel explica-nos como surgiu o seu precoce interesse pela arte, que despoletou um fascinante processo de aprendizagem e partilha as suas motivações, dúvidas e reflexões, que foram surgindo ao longo do seu crescimento.
A alavanca para se expressar com Arte: tudo começou com o “Feiticeiro de Oz”!
Dizem que há um tempo certo para tudo. Mas, quem é que define esse tempo? Desde muito cedo, Miguel decidiu e ambicionou que seria ele próprio a definir o seu próprio tempo, quebrando aquilo que era expectável para uma criança da sua idade.
Depois de ouvir no jardim de infância, o “Feiticeiro de Oz”, uma história que o marcou quando tinha apenas 4 anos, quis, de imediato, aprender a ler e a escrever para poder sentir aquela emoção e começar a “devorar” livros, sem ter de depender de ninguém que os lesse. O mesmo veio a acontecer, mais tarde, com o cinema.
Há quem acredite que a arte surge como uma necessidade de expressarmos determinados desassossegos, que não conseguimos exprimir de outra forma. Mas não foi esse o caso de Miguel que, em criança, não tinha desassossegos, mas sim ambição e curiosidade, os ingredientes perfeitos para não impor limites à sua liberdade criativa. Se o sentido de julgamento dos adultos e o desejo pela perfeição é um limitador da criatividade, Miguel preocupava-se apenas em criar, sem questionar o que estava a fazer ou se o estava a fazer bem.
Nós (crianças) ficamos impressionados ou abalados com alguma coisa que vemos e depois queremos reproduzir. (…) As crianças têm isso e isso é bom. (…) Não têm o sentido que o adulto tem de querer julgar ou querer ter essa preocupação que nós temos, constantemente, de querer fazer uma coisa muito bem feita e, às vezes, não somos livres ao fazê-lo.
Costuma-se dizer que cada criança é uma artista. O real problema é que isso permaneça com o crescimento. Miguel, falou-nos um pouco sobre o seu exemplo e daquilo que o motivou a continuar a sua expressão artística.
As reais dúvidas de um Artista
Antes de ingressar no Conservatório, Miguel frequentou outras escolas de ensino regular. Quando questionado sobre a maneira como os professores lidavam com o seu prematuro despertar de interesses, que, em grande maioria, envolviam arte, afirma que era bem integrado e identifica-se como sendo, na altura, um aluno medíocre.
Eu na verdade tinha interesses, mas era o normal. Nem sequer era muito bom aluno, era um aluno normal, medíocre.
Por esta altura, já todos concordamos que Miguel se tornou, desde muito cedo, uma inspiração para quem acompanha o seu percurso. Mas, não diferente dos outros jovens, também duvidou da área que queria seguir e tentou a sua sorte numa escola de letras.
Na ótica deste ambicionista, a liberdade de expressão que se sente na música é, por vezes, motivo de desânimo para muitos estudantes, porque é dada mais importância ao meio para atingir um fim do que, propriamente, ao resultado final. E isso não deveria ser mais importante que a arte final e as criações nem sempre têm que “romper a tradição”, defendendo que apenas deve existir um equilíbrio nesta liberdade, para que ela não se transforme em desorganização.
O excesso de liberdade acaba por ser, às vezes, mau. Uma anarquia grande, em que podemos fazer tudo que nós quisermos e depois há uma falta de organização.
A Curiosidade que se tem vindo a tornar Arte
Como tudo na sua vida, Miguel ouvia uma história, via um filme ou lia um livro e sentia a necessidade de, ele próprio, replicar com arte essas emoções. Com o xadrez, não foi diferente. Ao jogar com um dos seus tios, perdeu a partida e logo nasceu a vontade de querer aprender mais sobre o jogo.
Para ele, o xadrez é um jogo frio, onde a emoção não ajuda. No entanto, pode trazer muitas vantagens a um aluno e, é por isso, que algumas escolas o adotaram como uma atividade curricular.
Independentemente do tempo de dedicação necessário ou da dificuldade, tudo o que conseguir captar a atenção e a curiosidade do Miguel, leva-o a mergulhar nas páginas do conhecimento.
Assista a este episódio e deixe-se inspirar por um jovem que carrega uma bagagem fascinante de aprendizagens e que, desde cedo, se expressa com arte através da música, da escrita, do cinema e, agora, também do xadrez, provando que nunca “é tarde nem é cedo” para seguirmos os nossos sonhos, mesmo que sejam inúmeras as dúvidas e inquietações que sentimos pelo caminho.
Também lhe pode interessar
Mais de Isto Não é Pera Doce!
Especial Dia de São Valentim- Temos o match perfeito para os Professores
O Dia de São Valentim pode ser comemorado com os mais diversos gestos. No e-Schooling, procuramos manter a nossa comunidade …
CASE STUDY: Professores, ajudam-nos a ajudar-vos?
Os Professores são elementos essenciais para as escolas e para todos nós. Sem eles, as nossas aprendizagens e memórias não …
Porque é que a Gestão Escolar deve ser uma prioridade em 2023?
No início de um novo ano, é comum definirmos e avaliarmos novas possibilidades, objetivos e metas, quer a nível pessoal, …