Aos olhos de muitos, o metaverso é todo um mundo desconhecido que ainda está nos seus primórdios. Mas, sabiam que o metaverso já está bem presente no nosso quotidiano sem que nós nos apercebamos? Na verdade, o objetivo futuro será mesmo esse: vivenciarmos esta experiência sem precisarmos, necessariamente, de estar diante dela. Mark Zuckerberg alterou o nome do Facebook para Meta, precisamente para reforçar este mundo paralelo, que será uma tendência em todos os setores.
No e-Schooling, colocamos os nossos óculos de realidade virtual para expandirmos a nossa imaginação quanto ao impacto que o metaverso vai exercer na Educação. Com isso, acabamos por enveredar numa viagem infinita que não podíamos deixar de partilhar com vocês. Aliás, só ainda estamos nas primeiras paragens. Mas venham daí, porque imaginar o futuro é entusiasmante e é o que fazemos, por aqui, diariamente.
Vamos Começar do 0…
Se lhe mostrarmos este espaço e lhe perguntarmos se se imagina a dar aulas nesta sala, o que é que nos responderia?

É bem provável que a resposta fosse não. Mas, sabe que mais? Nesta sala, o metaverso dá espaço a muitos métodos de ensino e de aprendizagem, conseguindo gerar neste vazio inúmeras possibilidades de transmissão de conhecimento. Os alunos e os professores só precisam de uns óculos de realidade virtual ou de acesso à Internet, sem precisarem sequer de estar todos no mesmo sítio para poderem tirar o máximo partido da experiência.
Mas isto é a Realidade dentro do Virtual ou é o Virtual dentro da nossa Realidade?
O ensino à distância, impulsionado pela pandemia, veio salientar a necessidade de realizar várias adaptações no setor da educação e, simultaneamente, mostrou-nos que é possível aprender através daquilo a que chamamos Internet of Things (IoT). O que antes parecia impossível tornou-se, em pouco tempo, numa realidade. Será que vamos ter esta sensação quando reconhecermos a presença do metaverso no nosso dia-a-dia?
De qualquer forma, este universo paralelo está a chegar e, por isso, temos que estar preparados para o receber. E como é que nos podemos preparar? Por aqui, acreditamos que a informação é sempre o melhor ponto de partida.
Comecemos pelo Início: O que é o Metaverso?
O metaverso é uma realidade virtual que tem, na sua base, três objetivos fundamentais: criar novas experiências, aproximar as pessoas e envolver múltiplos estímulos sensoriais que maximizam a absorção de conhecimento.
Mesmo que as pessoas estejam longe, o metaverso consegue diminuir essa distância, conectá-las e, simultaneamente, oferecer-lhes não só conhecimento, mas também novas oportunidades de aprendizagem numa espécie de internet 3D. Para além disso, também permite às pessoas co-criar experiências, porque o metaverso é construído por pessoas. Não são só marcas e instituições que podem criar este universo paralelo, todos nós podemos.
Por exemplo, a Internet é um mundo sem fim e, agora, está a visitar o blog do e-Schooling, que é um dos 936 milhões sites alojados na Internet neste exato momento. A ideia é que o metaverso permita novas experiências, seguindo esta lógica. As pessoas poderão construir os seus espaços e abrir portas a outros indivíduos, para que eles possam visitar e experienciar esse espaço.
Como é que o Metaverso se aplica na Educação?
O metaverso tem utilizações infinitas e a Educação não é uma exceção. Na verdade, este universo paralelo abre inúmeras portas ao setor, capaz de o revolucionar a um nível entusiasmante. Sabemos que muitas escolas ainda não utilizam os dispositivos tecnológicos mais inovadores e, por isso, falar-lhes em metaverso é abordar aquilo que, atualmente, ainda é um “não-tema”, no sentido em que é algo bastante curioso, mas que não passa disso mesmo. A distância entre aquilo que será o metaverso e o que é a educação hoje é tão grande, que o desafio de visualizar a educação integrada neste mundo é gigantesco. Mas, com a tendência crescente deste universo paralelo, é importante que as escolas iniciem a sua descoberta e comecem a avaliar todas as possibilidades que têm pela frente.
Vamos pensar em algo prático: estamos numa sala de aula do 7.º ano de Físico-Química, em que os alunos vão começar a aprender sobre o sistema solar. Ora, os manuais escolares vêm acompanhados de várias ilustrações que ajudam os estudantes a conhecer os planetas e a professora também vai salientar as características de cada um, procurando oferecer a explicação mais clara para que eles entendam e dominem o tema. Mas a criatividade dos alunos é tão vasta como a Via Láctea e, por isso, oferecer-lhes experiências de aprendizagem mais ricas e envolventes vai potenciar o seu interesse e fazê-los viajar pela sua imensa imaginação.
Pense connosco: não seria muito mais produtivo os alunos fazerem uma visita ao espaço para verem os planetas e “aterrarem” em cada um deles? Pois bem, o metaverso permite aos alunos serem verdadeiros astronautas.

E isto aplica-se a todas as disciplinas e áreas de conhecimento. Seja uma experiência de laboratório, uma aula de português sobre uma obra literária clássica ou uma aula de dança, o metaverso oferece aos alunos experiências imersivas que lhes permitem compreender melhor todos os tópicos de estudo, não só porque vão poder experienciar o que vem escrito nos manuais, mas também porque eles vão ser os protagonistas das suas aprendizagens.
Já existem várias ferramentas online que oferecem experiências deste tipo aos alunos, como o Mozilla Hubs, que permite aos estudantes criar o seu avatar e o seu próprio espaço 3D para que possam interagir, colaborar e compartilhar ficheiros com outros estudantes. Todos podem estar no mesmo espaço em simultâneo, interagir e movimentar-se pelos vários espaços. Já o Labster oferece laboratórios virtuais para várias áreas e ciclos de estudo, para que os estudantes possam simular experiências científicas imersivas e interativas.

Com o metaverso, os professores podem criar as suas próprias salas de aula e colocar os seus alunos em ambientes adequados a cada matéria. Se é para aprender sobre vulcões, vamos utilizar um ambiente 3D para visitar um vulcão; se é para aprender sobre as espécies animais, vamos visitar os seus habitats; se é para ter uma aula de dança dos loucos anos 20, vamos para um ambiente que remete para esta época, onde podemos aceder a uma experiência de dança completamente imersiva.
Que necessidades irão surgir para que a Educação se adapte ao Metaverso?
Muitas são aqueles que acreditam que para tirar proveito do metaverso são necessários equipamentos tecnológicos de ponta. Mas, já existem muitos opções de metaverso disponíveis dentro da Internet, para as quais só precisamos de acesso ao Wi-Fi. Os óculos de realidade aumentada oferecem experiências mais imersivas, mas não são obrigatórios para que possamos já começar a tirar partido deste universo paralelo.
Existem outros fatores mais importantes, que nada têm a ver com tecnologia, para que o setor da educação aproveite o potencial do metaverso. Primeiramente, vão originar-se novos métodos de ensino de estudo, pelo que as escolas e os professores terão de repensar as práticas pedagógicas para que possam adaptar os seus métodos à realidade virtual, colocando os alunos como os protagonistas do processo de aprendizagem e oferecendo-lhes uma ponte ideal entre a teoria e a prática.
As aulas vão poder ocorrer através do ensino à distância e os professores vão poder alargar os seus materiais pedagógicos à gamificação, aos livros digitais e à realidade aumentada. As salas de aula virtuais serão um espaço comum a todos os estudantes, independentemente do local em que estes se encontrem, e irão permitir-lhes ampliar as suas experiências, através do contacto personalizado com os seus professores, restantes colegas e com os objetos e espaços 3D.

As próprias escolas terão novas práticas pedagógicas que serão ampliadas a toda a comunidade. Desde a prática do ensino híbrido às salas de aula virtuais, há outros processos que podem melhorar, exponencialmente, como é o caso das matrículas e da formação da comunidade. Num cenário ideal, as famílias e os alunos vão poder reunir-se com a direção escolar e visitar a escola, virtualmente, podendo percorrer toda a escola de forma imersiva, como se estivessem lá naquele momento, mas na realidade estão no conforto do seu sofá. Também os professores vão poder aceder a formações internacionais sem ter que se deslocar do seu país. Através do metaverso, eles poderão estar virtualmente presentes em instituições estrangeiras conceituadas e sentirem-se parte integrante daquela universidade.
O futuro do metaverso na educação passa, sobretudo, por criar ambientes totalmente adequados a cada realidade de ensino e por oferecer novas competências a toda a comunidade. Para que isso aconteça, as escolas necessitam de conhecer as tendências e de cultivar os projetos educativos do momento, para que possam continuar a crescer e a ter uma janela de investimentos que lhes permitam adequar-se, continuamente, às tendências educativas futuras que vão ditar o sucesso das instituições de ensino.
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