No sétimo episódio de “Isto Não é Pera Doce”, conversamos com o professor Vítor Bastos. Leciona Geografia no Colégio Vasco da Gama e é também fundador do iClass e cofundador do Somos Solução. Um episódio que retrata, na primeira pessoa, os desafios que os professores continuam a enfrentar no ensino e que vem descomplicar a integração do “bicho da tecnologia” no mundo dos docentes.
Tecnologia: afinal, veio substituir os professores ou ajudá-los?
Um dos receios mais comuns dos professores relativamente à tecnologia prende-se com o facto de ela poder vir a exercer um excelente papel na substituição de algumas das suas (muitas) tarefas. A acrescer a isso, aponta-se também a falta de domínio da tecnologia, por parte da comunidade docente, e ainda a apreensão de que as ferramentas tecnológicas servem mais para distração do que para auxílio, sobretudo para os alunos.
Neste episódio, o professor Vitor Bastos materializa de que forma é que os docentes podem usar a tecnologia a seu favor e, claro, dos seus alunos também! E são inúmeros os benefícios e utilizações mencionados ao longo do episódio:
As tecnologias digitais conseguem levar a que o professor consiga fazer muito coisa importante, nomeadamente tipos de pedagogia diferentes, permitir que os alunos tenham percursos diferentes, facilita a avaliação, que é um bicho papão dos professores, e permite, obviamente, ter uma comunicação completamente diferente com o aluno.
Para o professor Vitor, recorrer à tecnologia permite-lhe não só personalizar e individualizar, mas também chegar aos seus alunos de uma forma muito impactante, que não conseguiria caso não recorresse a ferramentas digitais.
A importância do espaço na sala de aula e do hibridismo
Na ótica do professor Vitor, a pedagogia é fundamental, é aquilo que se encontra sempre no cerne da questão. Não devemos olhar para a tecnologia como a protagonista principal, mas sim como um alicerce. Tanto a tecnologia como todo o espaço envolvente, servem para dar suporte às alterações didático-pedagógicas. E como é que isso é possível?
Através da adaptação do espaço da sala de aula, não só às metodologias que estão a ser utilizadas, mas também a todos os momentos de aula. O importante é mesmo contornar a dinâmica da famosa sala de aula autocarro, bem como aulas expositivas consecutivas. E o professor Vitor não só domina a criação de um espaço que combina a presença física com a online, como também procura desafiar os seus alunos, constantemente, para que eles exerçam um papel ativo no seu processo de aprendizagem.
Tenho que inovar para ter os meus alunos a meu lado, para (eles) quererem aprender.
O hibridismo tem aqui um papel fundamental e, não, o hibridismo não se refere apenas a um misto entre o presencial e o online. O hibridismo envolve diferentes formas de avaliação e métodos de trabalho, espaços de aula diferenciados, vários tipos de comunicação e um leque de metodologias.
O papel dos professores: modelos de trabalho, acompanhamento e avaliações
Com as inúmeras possibilidades que se abrem com a tecnologia, surgem paralelamente outros desafios, sobretudo quanto ao acompanhamento do aluno, aos modelos a seguir e às avaliações, um momento temido pelos docentes.
Ao longo do episódio, o professor Vitor não só menciona as suas estratégias de ensino prediletas, como o caso da sala de aula invertida, como também detalha os modelos de trabalho e as plataformas que utiliza para manter os alunos motivados e autónomos, ao longo dos vários projetos e módulos
de aprendizagem, fazendo também referência à gamificação.
Para a avaliação, não deixa de lado o coaching e o feedback constante e também recorre a estratégias que permitem ao aluno ter um papel participativo nas etapas de avaliação.
Eu registo, praticamente, tudo que vou falando com os alunos. (…) Estou ali ao lado deles.
Em fase de arranque de ano letivo, este episódio vai dotar os professores de muita inspiração para entrarem com o pé direito nesta nova fase e, sobretudo, motivá-los a desafiarem-se. Este ano letivo não precisa de ser igual a todos os outros e a tecnologia pode realmente jogar a seu favor.
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