Se o Podcast “Isto Não é Pera Doce” é sobre Educação, não podíamos deixar de conversar com os atores principais da Educação: os alunos. Por isso, o quinto episódio conta com a presença de Gonçalo Ferreira que terminou, recentemente, o 12.º ano. No secundário, estudou Ciências Socioeconómicas e, na Universidade, tenciona seguir Gestão de Empresas. Um episódio que faz sobressair a leveza da adolescência e que nos contagia com a positividade transbordada por quem sonha com um futuro risonho.
“O que é queres ser quando fores grande?”- Essa é fácil, quero ser Patrão!
Desde pequenos, é comum ouvirmos as crianças a dizer o que é que querem ser quando forem grandes e, muitas vezes, até nos dão a conhecer novas profissões que resultam da sua perceção e que existem, meramente, no seu mundo encantado. Com o avançar do tempo, as respostas começam a adequar-se aquela que é a nossa realidade mais comum, mas Gonçalo Ferreira não deixou de nos surpreender quando respondeu a esta questão: quer ser Patrão!
Ao longo do episódio, percebemos o porquê. Há uma série de fatores que, desde cedo, influenciam as nossas escolhas. Com pais empresários, o Gonçalo teve um contacto prematuro com o ambiente empresarial e, além disso, a sua atual formação e gosto por Gestão impulsionam ainda mais o desejo de dar continuidade ao negócio dos seus Pais ou de criar algo seu. Preferencialmente, uma ideia de negócio que ainda não exista no mercado.
Se criasse a minha própria empresa, (…) precisava de ser uma coisa que ainda não existisse ou que existisse pouco. Por exemplo, (…) um café com uma ideia própria que não há em Portugal.
Quando questionado sobre a influência que a escola teve na escolha do seu percurso, Gonçalo considera ter aprofundado por lá as competências pessoais, ao invés das profissionais, e partilhou várias opiniões quanto àquilo que mudava na escola. Para ele, o dia-a-dia dos alunos e o percurso educativo pode ser mais adaptado àquilo que, na sua perspetiva, é essencial para poder tomar decisões mais conscientes para o futuro.
Além disso, ainda salientou a sua opinião relativamente às dissemelhanças do Ensino Público e Privado. Abordado pelos pais, durante o ensino secundário, quanto a uma possível mudança para uma escola privada, Gonçalo nem pensou duas vezes e rejeitou, de imediato, a ideia. No entanto, tendo estudado em duas escolas públicas distintas, não deixou de apontar algumas críticas às instituições onde esteve, que vão desde a desorganização à falta de familiarização dos Diretores com a realidade dos alunos.
Disciplinas favoritas, Professores que marcam e Tecnologia na sala-de-aula!
Fã de números, já podem imaginar qual é a disciplina favorita do Gonçalo e as menos preferidas também. Professores de Português, Geografia e Filosofia, não levem a mal…
Apesar das preferências do Gonçalo, ficou claro que os métodos de aprendizagem e as dinâmicas das aulas, influenciam muito o interesse dos alunos. E os Professores? Esses, levam a taça! Ficamos deliciados a ouvir o Gonçalo a recordar alguns dos Professores que o marcaram, que vão desde o 5.º ano até ao ensino secundário. Porém, segundo ele, nem todos os Professores conheceram o “verdadeiro” Gonçalo e a partilha de informação entre docentes também não é a melhor.
Há professores que são mais distantes dos alunos que outros.
Entre conversas e desconversas, fomos cair num ponto que costuma gerar discórdia: a presença da tecnologia na sala-de-aula. Mas, o Gonçalo tem muitos argumentos que sustentam a sua opinião, justificada em grande parte pela experiência que teve durante as aulas nos tempos de pandemia. Na sua perspetiva, a tecnologia pode ter benefícios sim, mas apresenta algumas limitações de utilização.
Uma conversa que toca em muitos pontos cruciais que salientam a perspetiva deste aluno quanto à atualidade do ensino e a perspetivas futuras. Com muita criatividade, dinamismo e sentido de humor, o Gonçalo fez-nos “segurar” o riso atrás das câmaras e voltaríamos a ouvi-lo vezes sem conta. Agora, voltaremos a entrevista-lo quando ele já for Patrão!
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