LMS – Aprendizagem, gestão e software

O que não falta no dia-a-dia de uma direção escolar são soluções digitais ou, pelo menos, as promessas de resolução de qualquer problema com uma aplicação informática. Para problemas que se sabem que existem e para outros que nunca tinham sido imaginados.

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LMS – Aprendizagem, gestão e software
Fígura de ondas técnologicas azul

Quase todas estas soluções se apresentam como sendo da família das apps antidepressivas, propondo-se restabelecer os melhores níveis de serotonina em todos os organismos vivos da escola. Garantem que vão poupar tempo, diminuir ansiedade, acabar com angústias, devolver o sono e os pensamentos positivos aos professores, colaboradores e, obviamente, aos diretores escolares. 

Não haja dúvida que estes são tempos entusiasmantes, onde todos os grandes problemas aparentemente podem ser resolvidos com algoritmos. Um diretor está sempre a descobrir novas propostas aliciantes para os seus desafios diários. 

Sr. Diretor, já pensou em saber quantos passos dão por dia alunos e professores? E que tal um chat com tradutor e corretor para poder trocar mensagens instantâneas com jovens numa linguagem que eles percebam? Ou um sistema que o informa do chão da escola que está limpo, acompanhando em tempo real o percurso de cada esfregona? 

Uma das consequências negativas desta proliferação de softwares é criar alguma falta de atenção a soluções que podem realmente ser muito impactantes na realidade escolar. Como iremos ver, um LMS pode transformar profundamente ao trabalho diário e, inclusive, permitir a reorganização de processos como nunca antes foi possível. 

Mas há sempre a questão do tempo necessário para aprendizagem da plataforma, integração e uniformização de práticas que exige uma boa ponderação antes de escolher a melhor opção para a sua escola. 

LMS – SGA  

Learning Management System – Sistema de gestão da aprendizagem. O LMS designa um software (sistema informático) que permite realizar, partilhar e monitorizar todas as atividades associadas ao processo de ensino e aprendizagem. É um sistema de gestão, porque cada professor gere todo o seu trabalho e interação com colegas e alunos, porque diretores gerem o processo de aprendizagem de turmas, cursos e escolas. 

Por razões óbvias, os LMS começaram a surgir no mundo do ensino à distância, mas embora tenha tardado, muitos começaram a perceber que a distância não é o único problema que um bom LMS permite superar.  

Para compreendermos bem todo o potencial de um LMS nada melhor do que olharmos com atenção para o e-Schooling, um sistema que começou a ser desenvolvido há alguns anos, numa fase em que todos estavam apenas dedicados aos sistemas tradicionais de gestão escolar. E o que temos hoje é uma plataforma que permite trabalhar, comunicar, gerir e monitorizar a dimensão primordial de uma escola: o ensino-aprendizagem. 

Para professores, alunos e pais, é um extraordinário mundo novo, com todas as fontes centralizadas e de fácil acesso a conteúdos, testes, trabalhos e casa, múltiplas avaliações. Mas é também uma fonte de informação extraordinária para a direção, proporcionando um conhecimento profundo sobre o que está a acontecer na escola e que resultados estão a ser alcançados. O LMS dá tempo e informação às direções para tomarem decisões, anteciparem problemas, encontrarem soluções.  

No e-schooling é possível saber o que está a ser lecionado e trabalhado em cada momento. Que atividades já foram realizadas ou estão a acontecer. Que professores estão a cumprir a planificação, quem está mais atrasado ou mais adiantado e com que alunos. Que tarefas, metodologias ou materiais pedagógicos estão a ter melhores resultados. As horas, disciplinas ou conteúdos em que os alunos têm resultados menos satisfatórios. Que quantidade de alunos os professores têm observado como desatentos, perturbadores, desinteressados, empenhados, motivados, etc. nos últimos dias, semanas ou meses. 

Mas tudo isto é dizer pouco e de nada serve tentar elencar todas as possibilidades, porque estão no limiar do infinito. Um bom LMS evolui e cresce de acordo com a criatividade dos seus utilizadores e vai refletir a visão e projeto educativo de cada escola. 

O objetivo último do LMS é precisamente o da individualização, esse sonho antigo de centrar a escola em cada aluno.  

O que valorizar num LMS? 

O mais importante é o potencial de personalização e a forma como a plataforma se pode ajustar a cada modalidade e nível de ensino. Se o LMS obriga a fazer cedências e ajustes no projeto educativo para poder integrar a plataforma, então provavelmente não será a melhor solução para a sua escola. Só constitui uma solução se oferecer flexibilidade para se ajustar a metodologias e aos seus desafios educativos.  

Claro que a integração de um LMS tem de implicar mudanças, mas devem ser alterações que resultem na otimização de procedimentos e na simplificação do seu trabalho e nunca na perda de práticas fundamentais aos objetivos de cada instituição. 

Além disso, o LMS que não integra todos os intervenientes no processo de ensino-aprendizagem, nunca poderá ser uma boa opção, porque o grau de interação e participação de todos será obrigatoriamente limitado. Esta plataforma tem de assegurar soluções para os desafios diários dos professores, mas tem também de dar soluções para as atividades dos alunos, trabalho das equipas e aumentar o potencial de participação dos encarregados de educação. Só assim o sistema se torna global e se afirma como uma poderosa ferramenta de transformação escolar. 

Porque é que a gestão tradicional teima em não chegar à sala de aula?

Qualquer direção sabe melhor do que ninguém que uma escola tem muita papelada para produzir que assegure evidências a quem de direito precisa delas. E há muitos organismos institucionais para quem as coisas nunca são evidentes. Por isso, as evidências têm mesmo de ser muitas e evidentes. Inevitavelmente, o foco do diretor mantém-se na gestão administrativa e pedagógica. Nenhum diretor quer ver o pessoal da secretaria ou da contabilidade com sintomas depressivos e uma infelicidade contagiante. Os seus efeitos secundários fazem-se rapidamente sentir no bem-estar da direção. 

Se a gestão escolar é implementada a pensar no quotidiano e percurso completo do aluno, porque deixamos grande parte do que acontece na escola (o ensino-aprendizagem) fora desse sistema? 

Até há pouco tempo, o principal desafio da maioria das escolas era a digitalização de processos e centralização de informação. A tecnologia ainda não estava preparada para levar a gestão para a sala de aula, com sistemas muito rígidos, sem ferramentas para os utilizadores criarem e transformarem aspetos da sua realidade diária. 

O e-Schooling

Bem, se ficarmos à espera do ministério, de reformas, por melhor que sejam as intenções, teremos mais horas de leituras, debates, interpretações. Provavelmente, mais trabalho e mais umas quantas tarefas para cumprir, de forma a tornar evidentes que as outras tarefas são efetivamente bem realizadas. 
Foquemo-nos no que os diretores podem fazer. E, sem dúvida, temos de dar atenção ao software. Um bom LMS é um excelente caminho para começar a implementar as mudanças que sempre ambicionou. Mas o objetivo não é ficar pelo LMS, como irá descobrir com o e-Schooling. Continue a acompanhar-nos para saber mais. 

 

João Paulo Teixeira

João Paulo Teixeira

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